Juliana Marins, 26 anos, natural de Niterói, despencou em uma encosta instável do Monte Rinjani, na ilha de Lombok, por volta das 4 h da manhã de 20 de junho de 2025. O solo escorregadio, agravado pela neblina e pela escuridão, a fez rolar cerca de 300 metros abaixo da trilha principal, imobilizando-a em um ponto entre 2.600 e 3.000 metros de altitude.

A busca, monumental e angustiante, mobilizou drones com sensores térmicos, helicópteros em alerta, equipes do parque nacional e voluntários. Contudo, as operações foram severamente comprometidas: aviões não puderam pousar devido à névoa espessa, enquanto equipes terrestres precisaram erguer instalações provisórias, avançando cerca de 400 m até a vítima — que ainda se encontrava “visualmente imóvel” a cerca de 650 m abaixo, sem água, alimento ou abrigo.

Apenas na manhã de 24 de junho de 2025, a equipe de resgate, equipada com cordas, furadeira industrial e apoio aéreo limitado, conseguiu finalmente alcançar Juliana. Com pesar, confirmaram seu óbito — quatro dias após a queda.

Riscos evidentes, perícias em testagem

Como alertam especialistas em trilhas vulcânicas, o Rinjani é famoso por seu terreno traiçoeiro: declives íngremes, pedras vulcânicas instáveis e clima mutável que exige precisão milimétrica na logística de resgate e equipamentos de guincho aéreos — muitos dos quais não estavam disponíveis no local.

A voz que atravessou métodos

Do Brasil, a família criou perfil nas redes, reunindo 1,5 milhão de seguidores, pressionando por clareza e agilidade. O Itamaraty moveu-se com diplomacia de emergência em Jacarta, e dois funcionários acompanharam as operações localmente.

Juliana era publicitária e mochileira, registrada pela UFRJ e com passagens profissionais pelos canais Off e Multishow — suas publicações transmitiam a intensidade de seu mochilão pela Ásia: “Nunca me senti tão viva”.

Infográfico mostra que Juliana Marins, turista que caiu em uma trilha na Indonésia, deslizou mais de 650 metros, mais do a altura do Corcovado. — Foto: Editoria de arte/g1
Infográfico mostra que Juliana Marins, turista que caiu em uma trilha na Indonésia, deslizou mais de 650 metros, mais do a altura do Corcovado. — Foto: Editoria de arte/g1